quinta-feira, 9 de julho de 2015

Diminuição da maioridade penal

Tá chovendo em SP, que chuvinha gostosa pra dormir né?!
Não!
Imagina agora às 05:07 da madrugada dessa sexta-feira quantas crianças/adolescentes na rua tiveram que escolher entre três opções:
- Baforar cola, pra fome e frio sumir
- Dar uma paulada numa pedrinha pra tudo sumir
- Congelar de frio
É não precisa ser muito espert@ pra descobrir qual escolha parece ser a melhor.
Você que é trabalhador brasileiro e tem o coração cheio de ódio quando pensa nesses marginais. (Que te roubam, que te machucam, te matam todo dia). É difícil ter empatia com essa molecada, afinal a gente chega tarde do trabalho só dá tempo de jantar ver uma TV (que espirra sangue) e ir dormir pra sair cedo pra ir trabalhar de novo. Não dá tempo de pensar.
"Eu trabalhad@r brasileir@ sou injustiçad@ e ainda tem gente que acha que marginal tem que ir pra escola?!"
Sim mano, escola é a solução.
Você já parou pra pensar como nasce um marginal?
Será que o moleque tá lá de boa, comendo bem, estudando numa boa escola, tendo acesso a internet, cama quentinha, uma família que o ama e respeita. (Afinal, no Brasil em que a TV pinta todo mundo tem as mesmas oportunidades) Daí ele pensa: "Mano cansei, vou virar vagabundo
... Sair por aí roubando e matando umas pessoas, essa vida de oportunidades e trabalho sério não é pra mim"
E assim nasce um marginal?!
Por que os que nascem assim tem desvios de conduta e realmente devem ser reclusos do convívio em sociedade. Assim como os estupradores e psicopatas.
Para e pensa: COMO NASCE UM MARGINAL?
No início do ano quando assisti o filme sobre o Sabotage lá no Ibirapuera, tem uma coisa que ficou martelando na minha cabeça.
O Sabotage diz o seguinte: "As pessoas julgam o sequestrador/bandido, mas ninguém quer saber o que ele era antes"
Essa cena acontece dentro da quebrada dele onde ele está rodeado de crianças.
Aquilo foi como um soco, que me tira o ar sempre que lembro.
Porque mano, não consigo acreditar que alguém podendo escolher entre ser médico, advogado, dançarino... Decide virar um criminoso.
A gente precisa resolver a causa e não o efeito. Se eliminarmos o que causa a marginalidade, não teremos mais marginais novos todo dia.
E isso deveria acontecer com a Fundação Casa, que é um projeto socioeducativo que deveria RECUPERAR os jovens. Mas cara, coloque um cidadão de bem dentro da Fundação Casa ele sairá com sangue no olho. Não se recupera ninguém na base do abuso, tortura e desrespeito.
Agora vamos pensar no que foi decidido através de um golpe que o escroto do Cunha manobrou. Redução da maioridade pra 16 anos.
Você sabe como funciona o sistema carcerário no Brasil?
Sabe quantos estão presos durante ANOS aguardando julgamento?
Sabe qual a cor da maioria dos presos?
Sabe a origem de cada um?
Tudo que sabemos é "se tivesse rezando/trabalhando não ia preso"
O buraco é muito mais em baixo e maior do que nosso olho cansado de trabalhar pode ver.
Você sabe um dos motivos pelo qual nasceu as duas maiores facções criminosas do país? Sabe o PCC e o CV fazem além de ajudarem a cocaína chegar na nariz do cidadão de bem? Eles também organizam os presídios e recrutam gente nova todo dia.
Pois, é mano.
Eu já perdi alguns amig@s e conhecidos pro crime, drogas ou pra bala de alguma arma.
Eu não tô aqui defendendo criminoso, o que eu defendo é a divisão de oportunidades, educação, saneamento básico... Coisas pra que essa criança/adolescente possa realmente escolher se quer mesmo se tornar um marginal.
Empatia é a chave.
A verdadeira revolução acontece quando a gente se coloca no lugar do do outro.
PS.
Você que se diz Rap Nacional e tá comemorando isso, não entendeu nada que o Rap ta dizendo.
Você que é militante LGBT e tá aplaudindo o Cunha, dê uma pesquisada sobre o que ele acha da causa que você defende.
Você que vai defender a Tiazinha da periferia que acorda cedo pra ir trampar, lembra que é o filho dela que tão querendo exterminar.
Você que se diz cristão/crente seja lá o que for, mas o que sente mesmo é ódio e sede de vingança espero que o seu Deus te perdoe.
Você playboy que vai vir com um discurso de que todo mundo é igual, senta e dá uma lida sobre a história do seu país.
Tenham todos uma boa sexta, com menos ódio e mais empatia.

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